quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

CEMEC em: Autódromo Internacional de Curvelo - Circuito dos Cristais

    No dia 4 de Dezembro de 2016 o coordenador do curso de Engenharia Mecânica e do CEMEC, Prof. Luiz Severiano Dutra, esteve presente no Autódromo Internacional na cidade de Curvelo - MG, onde acompanhou uma corrida de pilotos iniciantes e registrou algumas fotos bem bacanas mostrando detalhes das manutenções em pista e equipamentos utilizados durante a corrida. A equipe acompanhada pelo Prof. Dutra foi a do Piloto Thiago Martins de Oliveira.
    Abaixo segue algumas fotos com legendas explicativas, e para maior comodidade clique em uma foto para abrir a apresentação em tela cheia.



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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE MAQUETE – MODELOS E MAQUETES TRIDIMENSIONAIS


A aula de Modelos e Maquetes Tridimensionais, lecionada pelo professor Luiz Severiano Dutra tem como principal objetivo habilitar os alunos a utilizarem os laboratórios de metal/madeira e plásticos e compósitos, onde confeccionam uma maquete de avião, automóvel ou ainda de um dispositivo didático mecânico, utilizando todos os conhecimentos adquiridos nas aulas com o auxílio de técnicos capacitados.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Video de Apresentação CEMec


Video de Apresentação da Equipe CEMec, O Centro de Estudos da Mecânica da Universidade FUMEC!
 Você que já faz parte da Engenharia Mecânica ou Aeronáutica, venha nos conhecer!
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Acesse : www.fumec.br


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O Projeto: Túnel de Vento

O que é o Túnel de Vento


Créditos: NASA.
"Wind tunnels are large tubes with air moving inside. The tunnels are used to copy the actions of an object in flight. Researchers use wind tunnels to learn more about how an aircraft will fly.(...) Some wind tunnels are big enough to hold full-size versions of vehicles. The wind tunnel moves air around an object, making it seem like the object is really flying."


"Os túneis de vento são tubos largos, pelos quais o ar se move internamente. Os túneis são utilizados para copiar as ações (simuladas) de um objeto em vôo. Pesquisadores utilizam túneis de vento para aprender mais sobre como uma aeronave irá voar. (...) Alguns túneis de vento são grandes o suficiente para suportar veículos em seu tamanho original. O túnel de vento movimenta o ar ao redor de um objeto, fazendo parecer com que ele esteja realmente voando." 
(May, SANDRA. "What Are Wind Tunnels?", 2015, NASA.)

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

DESIGN DE AERONAVES


Professor da FEA participa de concurso na Bélgica e aproveita a oportunidade para trabalhar a parte de projetos com seus alunos



O mercado de drones, também conhecidos por UAV, está em ascensão. Eles são aeronaves não tripuladas, comandadas a distância através de controle remoto. Desenvolvidos para o uso militar, ganharam notoriedade devido às facilidades que oferecem, como o alcance a regiões de difícil acesso e custo mais acessível, e vêm sendo cada vez mais empregados em atividades civis. Hoje, o equipamento é utilizado para monitorar lavouras, entregar produtos e até mesmo para captação de imagens em alta definição.

Ciente disso, o professor do curso de Engenharia Aeronáutica da FEA-FUMEC, Luiz Severiano Dutra, ao saber, pela internet, da competição para o desenvolvimento de projetos de design de aeronaves, promovida pelo Instituto Von Karman de Dinâmica de Fluidos, na Bélgica, não teve dúvidas de que essa seria uma boa oportunidade para trabalhar a parte de projetos com seus alunos.

Interessado no desafio proposto pelo Instituto, o professor analisou todo o regulamento do concurso e as especificações do projeto. Dentre as exigências, a aeronave precisava ser desenvolvida por alunos, entretanto poderia ter orientação de educadores. Além disso, a equipe de trabalho precisava ter entre quatro e oito estudantes.

Luiz Severiano Dutra, professor da FEA-FUMEC
Dessa forma, o próximo passo foi estruturar uma equipe. Dutra, com os alunos do curso de Desenho Industrial, Vando Francisco Cardoso Oliveira e Rafael dos Reis Dias, e dos estudantes do curso de Ciências Aeronáuticas, Pedro Henrique Pompolini Maciel e Gustavo Mateus Carolino, começou a desenvolver o projeto proposto pelo Instituto. A equipe de trabalho foi chamada de “Rolling Waves”, e todas as etapas de elaboração e execução ocorreram sob a supervisão do professor. Ele conta que “o concurso era complexo e exigiu uma série de estudos. O projeto possuía limites bem antagônicos, o que o tornava complexo e, exatamente por isso, muito interessante”.

A primeira etapa da competição envolveu 17 equipes, sendo que a FEA-FUMEC foi uma das 13 universidades pré-selecionadas pelo Instituto Von Karman de Dinâmica de Fluidos para participar da competição de design de aeronaves, que ocorreu entre os dias 20 e 22 de maio deste ano. Ao todo, mais de cem universidades se inscreveram para a competição, entretanto apenas duas instituições de ensino superior brasileiras foram escolhidas para participar do evento.

Peculiaridades do projeto


O projeto elaborado para o concurso de drones era
complexo e exigiu uma série de estudos
Dutra conta que, entre as principais especificidades do concurso, uma era fazer com que a aeronave remotamente pilotada voasse a 800 Km/h (valor próximo à velocidade máxima de um Boeing e velocidade próxima à do som) em até 11 minutos. Portanto, era necessário carregar muito combustível. Tudo isso a uma altura de 500 metros. Após atingir a altura, o avião teria que permanecer sobrevoando uma área com raio de 75 metros por 3 horas. O professor conta que “esse é um raio apertado para um avião fazer, ou seja, a carga estrutural tinha que aumentar devido à rapidez que ele precisaria ter”. Ao final, o drone tinha que descer em modo de voo econômico. “Era preciso que ele descesse planando, sem motor, para voltar até a área inicial de onde havia sido lançado.” Para que fosse possível carregar o combustível e alcançar o objetivo da competição, “o peso do avião precisou ficar entre 30 e 40 quilos”, pontua Dutra.

A competição foi uma das atividades promovidas durante o curso de curta duração sobre UAVs e Design de Aeronaves, realizado também entre os dias 20 e 22 de maio, no Instituto Von Karman de Dinâmica de Fluidos. Dutra enfatiza que essa é uma instituição famosa e que tem uma parte de pesquisa muito grande. O curso tinha como objetivo descrever o processo de design de uma aeronave leve. A capacitação abordou desde a especificação até a produção de uma aeronave.

 
Nova disciplina


Entre os dias 20 e 22 de maio, Dutra esteve na Bélgica para
defender o projeto elaborado pela equipe Rolling Waves
Além de ir até a Bélgica para defender o projeto elaborado por seu grupo, o professor de Engenharia Aeronáutica também participou da capacitação sobre Design de Aeronaves. “A direção da Universidade entendeu que seria viável que eu fosse até o Instituto fazer esse curso. Agora pretendemos trazer esse material para criar uma nova disciplina sobre projetos de aviões rádio controlados”, conta Dutra.

A matéria fará parte das novas disciplinas que a FEA-FUMEC pretende inserir no curso de Engenharia Aeronáutica, visando à constante melhoria do curso ofertado pela instituição. “Acreditamos que a matéria será importante porque essa é uma área que irá crescer muito. Até mesmo os bombeiros e a polícia podem usar esses aviões. Um exemplo disso é o uso de drones em casos de queimadas em florestas. Esse tipo de aeronave permite que os órgãos competentes tenham uma noção da extensão da queimada, antes mesmo de eles chegarem até o local. Com isso, podem se preparar da melhor forma possível”, diz o professor.

Ante projeto, Túnel de Vento FEA/FUMEC.
Outra iniciativa que irá favorecer os alunos da Universidade é a criação de um túnel de vento, que poderá ser utilizado por qualquer curso de graduação e mestrado da FUMEC. De acordo com Dutra, o túnel terá aproximadamente 13 metros de comprimento e ficará localizado na unidade Vitório Marçola. “O túnel de vento é um diferencial porque nós vamos poder usá-lo de forma acadêmica e em forma de pesquisa. Será um grande avanço. Todos poderão utilizar esse recurso, inclusive temos cursos de várias áreas da Engenharia que serão contemplados com a utilização dele”, comemora.

Nesse contexto, os alunos se beneficiarão também com o constante progresso na parte de projetos. Dutra conta que o mais importante é que, a partir do esforço da equipe para alcançar o objetivo do projeto, eles conseguiram um resultado maior do que esperavam, até mesmo em termos de marketing. Para ele, isso irá gerar uma melhoria para os estudantes. “Nós criaremos um novo padrão de cultura para trabalhar o projeto com nossos alunos”, comemora o professor, que ainda destaca: “No Brasil, nós temos uma instituição que também promove sua competição. É um pouco diferente da que participamos, mas trata-se de uma competição com esse tipo de avião. E é algo totalmente acadêmico, voltado para os alunos, com a assistência do professor”.

Dutra acredita que a FEA será uma das primeiras instituições de ensino a oferecer disciplinas como essa, pois é uma área muito nova no Brasil. Ele finaliza dizendo que a intenção de participar de concursos como esse “é de sair na frente, oferecendo para o nosso aluno situações que estejam atualizadas com a tecnologia e com os interesses da Engenharia Aeronáutica no mundo”.


Publicado por:
FEA ReVISTA, 11ª Edição, p. 26-29, 2014.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

DESENHISTAS DE SONHOS


Conheça o trabalho do designer automobilístico, profissional responsável pela concepção e desenvolvimento de automóveis



Hoje, tira onda quem tem um Camaro. Na década de 1990, a Brasília amarela rumava para Santos, carregando os Mamonas Assassinas e todo o folclore construído em torno do citado carro com a música da banda. Antes disso, Roberto Carlos é quem buzinava um calhambeque com seu broto no banco ao lado. Essa pequena viagem histórica por nossa música é uma mostra de como o carro sempre compôs o imaginário popular do brasileiro. Símbolo de status para uns, e até um estilo de vida para outros, o automóvel é, sem dúvida, um objeto de desejo.



Engana-se quem pensa que a ideia que impulsiona a caneta do designer automotivo pelo papel, durante a concepção de um automóvel, é puramente a de fazer do sketch desenhado o projeto de um carro agradável apenas aos olhos. O trabalho desse profissional deve aliar itens como segurança e conforto, hoje tão importantes para a escolha do consumidor quanto o próprio apelo visual do automóvel.

Além disso, nos dias atuais, a sustentabilidade também se faz presente na concepção dos carros, seja no que diz respeito ao material, seja na questão do combustível a ser utilizado. O design de automóveis tenta atender aos anseios do consumidor, adaptando isso às condições fabris de produção e buscando fazer do modelo projetado algo mais viá vel do ponto de vista econômico, ecológico e de logística.
Paulo Eduardo, ex-aluno do curso de extensão em Design
Automobilístico e de Transportes da FUMEC.


O trabalho do designer, durante a concepção de um projeto, também deve levar em conta o gestalt da marca, ou seja, as características que determinada montadora costuma atribuir a seus automóveis. Trata-se do DNA que a empresa confere a seus projetos com o objetivo de posicioná-la e diferenciá-la dos concorrentes no mercado.

Após consolidado o conceito do automóvel a ser criado, a ideia ganha forma através dos modeladores digitais, em 3D, que oferecem mais detalhes do carro que está sendo desenvolvido. Passada essa etapa, entra em cena o Clay, modelador que possui uma textura parecida com a de argila, para se projetar o automóvel em modelos de vários tamanhos que mostram os detalhes do projeto. A princípio, pode parecer que esse é um processo rápido, mas a criação de um carro, desde o momento em que começa a ser pensado até a sua finalização, gira em torno de dois a três anos.



Design automobilístico na FUMEC


A área do design automobilístico ainda é muito pouco explorada no Brasil. Visando contribuir para a mudança desse panorama, a Universidade FUMEC criou, há 11 anos, o curso de extensão em Design Automobilístico e de Transportes, um dos primeiros no Brasil. Professor do curso na Universidade, Luiz Severiano Dutra diz que o País demorou a atentar para a importância de formar profissionais nessa área devido a uma série de deficiências educacionais e tecnológicas.

André Guimarães, ex-aluno do curso de Design de Produtos da
FUMEC, vencedor de uma das edições do prêmio
Quatro-Rodas/Fiat.
“Importamos muita tecnologia e temos um grande déficit no que diz respeito a nossa capacidade de produção nesse campo. O Brasil é um País extrativista desde o seu descobrimento e colonização, e esse processo continua até hoje como um padrão cultural”, conta Dutra, dizendo acreditar que esse é um cenário que, felizmente, começa a se transformar. “Mudar o padrão cultural de uma nação é um processo lento, mas está começando a haver uma melhora na questão tecnológica brasileira. Somos um País que sempre forneceu de tudo para todo mundo sem um retorno real disso.”

Para o professor, a criação de cursos dessa natureza no Brasil é importante e traz vários benefícios, principalmente no que diz respeito à adequação dos produtos à cultura local. Segundo ele, ter profissionais dessa área faz com que o Brasil passe a criar tecnologia e ser um vendedor, ao invés de importador. “Se os designers conseguem introduzir o produto de acordo com a cultura local, fica mais fácil vendê-lo e fazer a adaptação. Quanto mais o País for capaz de produzir suas próprias necessidades, que cada vez são mais complexas em termos de tecnologia, será mais poderoso em todos os sentidos.”


O professor defende a importância de o design ter o suporte de outras áreas do conhecimento, como a engenharia, por exemplo. Em sua opinião, os cursos no Brasil, de forma geral, formam profissionais para serem apenas seguidores de projetos, não tendo por hábito trabalhar questões como inovação e ergonomia ou o lado humanista de qualquer projeto a ser desenvolvido.

Ele diz que o curso de Design Automobilístico na FUMEC tem por objetivo incentivar a atuação de diversas áreas do conhecimento em um mesmo projeto e que, no caso específico do curso, isso poderia trazer benefícios valorosos para a geração de conhecimento e, consequentemente, para a economia brasileira. “Esse casamento poderia gerar novos materiais e a adequação de velhos. É possível trabalhar a aerodinâmica, por exemplo, voltada para a questão da economia de combustível. O design pode contribuir na escolha de materiais e na otimização do trabalho. Isso pode trazer um resultado positivo de economia global para o País.”

Imagem cedida pelo ex-aluno André Guimarães


Tecnologia made in Brasil


A criação do curso de Design Automobilístico pela FUMEC é importante para a formação de profissionais capacitados a atuar na área. Hoje, além desses profissionais, o Brasil produz também conhecimento relacionado à área do design automobilístico. Desde 2003, conta com o Centro de Pesquisa & Desenvolvimento Giovanni Agnelli. O local, que pertence à Fiat, está localizado em Betim/MG e possui toda a tecnologia necessária para projetar integralmente um veículo no Brasil.

O Centro de Pesquisa contempla todas as áreas específicas de desenvolvimento de um automóvel, inclusive o Design Center, única área de concepção de  design da Fiat na América Latina, que trabalha em conjunto com os outros centros de design do Grupo Fiat Chrysler na Europa e nos Estados Unidos. O time do Design Center conta com todas as especializações necessárias para a criação dos automóveis da marca.

Para Paulo Nakamura, responsável pelo Design Center, ter no Brasil um local com tamanha capacidade para geração de conhecimento é algo de suma importância para o desenvolvimento do País e também para que sejam pensados e criados produtos que carregam em si características mais adaptadas à realidade brasileira. “Do ponto de vista econômico e do desenvolvimento de tecnologias, possuir um centro de desenvolvimento como este no Brasil é crucial. Um estúdio de design trabalhando localmente possibilita um tempo menor de respostas e uma percepção mais apurada das demandas daquele mercado específico, além de proporcionar um desenvolvimento de designers e know-how local”, conta.

Léo Lara / Fiat Automóveis
Para ele, existe no Brasil hoje uma relação de inversa proporção no que diz respeito à demanda por profissionais na área de design automobilístico e o número de escolas voltadas para esse tipo de formação. Contudo, Nakamura diz que esse é um panorama que tende a mudar, já que iniciativas voltadas para corrigir essa deficiência começam a ser tomadas.

“Existem algumas pós-graduações que oferecem cursos na área, mas, de forma geral, podemos classificar como autodidatas os designers de automóveis no Brasil. Com a chegada de novas montadoras, o crescimento da importância mundial do Brasil e programas como o Inovar-Auto, do Governo Federal, que prevê incentivos fiscais para as empresas que estimularem e investirem na inovação e em pesquisa e desenvolvimento dentro do Brasil, com certeza, o mercado para designers automobilísticos irá crescer nos próximos anos.”

Nakamura corrobora o pensamento do professor Dutra ao dizer que é importante para o designer ter uma formação que dialoga com outras áreas do conhecimento. Para ele, isso contribuiria para outra importante função do profissional, que é a de pensar em novas tendências. “O trabalho do design automobilístico deve ser também propor novas ideias e tendências ao invés de apenas assimilar as já existentes. Por meio de pesquisas e observações de movimentos culturais/sociais, artes, moda, novas tecnologias etc., o designer cria conceitos, processos, produtos, componentes que podem virar tendências e ser referência para outros desenvolvimentos.”


Ele encerra, dizendo que é importante que o designer automobilístico hoje seja formado de acordo com esses preceitos e elenca a metodologia do design thinking como algo valoroso a ser levado em conta pelos cursos da área para a formação dos futuros profissionais. Trata-se de um método que prioriza a abordagem sistêmica, visando possibilitar a criação de soluções inovadoras para o desenvolvimento dos projetos.

Com as mais avançadas tecnologias à disposição, o Design Center da Fiat
em Betim/MG, conta com uma das mais modernas salas virtuais do Brasil
dedicadas à visualização de protótipos em duas ou três dimensões.
“Na prática, podemos dizer que, no design de um automóvel, o resultado não é somente o produto em si, mas o conjunto de soluções que envolvem da pesquisa à criação, do projeto à comercialização, até mudanças de conceito de um produto ou de um negócio. O design thinking busca soluções/propostas por vários ângulos e diversas perspectivas, priorizando o trabalho colaborativo e multidisciplinar. É desafio e, quando falamos de automóveis e de sua história, a palavra desafio fica indelevelmente ligada à palavra design.”


Publicado por:
FEA ReVISTA, 11ª Edição, p. 8-13, 2014.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

PROJETO DA BALANÇA DO TÚNEL DE VENTO FEA/FUMEC



Luiz Severiano DUTRA¹, Leonardo BOA SORTE ALVES²
Marco GABALDO³


O projeto da balança do túnel de vento tem como objetivo suprir a necessidade de um equipamento que possa efetuar medições aerodinâmicas, com precisão e que atue em três eixos. Sendo um equipamento multitarefa podendo ser utilizado para protótipos de aeronaves, automóveis, edificações, produtos esportivos, etc. utilizando controle digital que fará a leitura das grandezas aerodinâmicas como arrasto, sustentação e momento aerodinâmico. Os “Strain gauges” ou também chamadas de células de carga utilizados no equipamento, são micro extensômetros transdutores que enviam sinais amplificados e traduzidos pelo software com plataforma integrada Arduino™ projetado exclusivamente para a balança, sendo assim a manutenção deste equipamento poderá ser feita pela própria universidade, sendo este um dos principais requisitos de projeto.


Em virtude da necessidade de um laboratório específico para área da Engenharia Aeronáutica e Mecânica dentro da Universidade FUMEC, teve início o projeto da construção do túnel de vento e seu laboratório.
O Túnel de Vento poderá ser utilizado por todo corpo docente e alunos da Universidade em pesquisas e trabalhos acadêmicos, além de ser um laboratório que será capaz de prestar serviços para empresas envolvidas na área aeronáutica, mecânica ou de performance esportiva. O projeto do Túnel de Vento iniciou-se com o Coord. Prof. Luiz Severiano Dutra¹ que projetou, e iniciou a sua execução nas oficinas da universidade. O Projeto então necessitou de um aparelho que fizesse as medidas aerodinâmicas necessárias dos protótipos que fossem testados, então foi criada a balança do túnel de vento. Essa balança tem a denominação anglófona de “Sting Balance”.
Uma balança é comumente utilizada como um instrumento com que se determina a massa ou o peso dos corpos. Embora este seja um conceito correto quando se trata de balanças comuns, se torna errôneo quando se refere a balanças para túneis de vento. De modo geral, balanças são dispositivos que medem cargas estáticas.

Figura 1 – Ante Projeto do Túnel de Vento FEA/FUMEC.











Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

A balança do tipo "Sting" é utilizada em ensaios de aerodinâmica em túneis de vento. Este modelo apresenta vantagens perante à disposição tradicional da maioria das balanças que não são desta natureza existentes no Brasil. O nome "Sting" em português significa "ferrão", ou seja, uma barra de aço inserida no interior de modelos, para as medições de forças e momentos aerodinâmicos. No brasil um primeiro protótipo foi proposto em uma dissertação de mestrado na USP, do engenheiro mecânico Paulo L. Pastore, com especialização em Mecânica Fina pela Escola de Engenharia de São Carlos/SP e contou com a colaboração e apoio do ex-diretor administrativo da Embraer Dr. Carlos Eduardo Di Mori Luporini, na gestão 1978/1989. Com a conclusão do trabalho em 1995, o protótipo montado por Paulo PASTORE encontra-se no departamento de aeronaves da USP de São Carlos.

A balança tipo ferrão (“Sting – Compound”) presta-se a medir forças e momentos aerodinâmicos, a qual são fixados os modelos, O momento de “pitch” também é medido pela deformação elástica do transdutor em torno do eixo principal que será apresentado mais à frente neste trabalho.

Apesar das diferenças entre as balanças para túneis de vento serem muito grandes, decidiu-se classificar em dois tipos principais: balanças internas e externas. As balanças internas são aquelas localizadas no interior do modelo a ser ensaiado e as balanças externas são aquelas localizadas no túnel de vento. As Balanças Internas: São projetadas para caber dentro de um modelo testado no túnel. Geralmente a cavidade onde são colocadas, é aquela que comporta o motor e tubeira do modelo real.

Figura 2 - Movimento do ângulo de ataque.
(Clique para ampliar)
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.Figura 3 - Movimento de guinada.(Clique para ampliar)








Fonte: Elaborado pelo autor, 2016

A balança interna mais comum usada dessa forma é montada na configuração “Sting”, como foi comentado anteriormente, e se trata de uma viga em balanço cujas extremidades são presas uma no interior do modelo e a outra num montante fixo à parede do túnel e/ou através um sistema mecânico de medição dos esforços. Por causa desses detalhes, a balança montada na configuração “Sting” tem a vantagem de interferir muito pouco no escoamento sobre o modelo.
Há dois tipos de balanças internas: as dinamométricas e as fletoras. Nas primeiras, os esforços são medidos por dinamômetros e nas segundas, os esforços são determinados pela medida das deformações causadas nos elementos fletores (extensômetros) pelos esforços aerodinâmicos. As balanças internas do tipo fletora são de construção mais difícil que as dinamométricas. Em compensação, são de mais fácil manutenção e montagem no túnel.
Balanças Externas: são aquelas localizadas no túnel de vento e usadas para medir as cargas transmitidas desde através de elementos estruturais. Balanças deste tipo são frequentemente utilizadas em túneis subsônicos.

O equipamento da balança envolve diversas áreas, desde o estudo do comportamento de forças aerodinâmicas, estudo do movimento dos conjuntos mecânicos, eletrônica aplicada a automação do equipamento, projeto e desenhos com utilização de softwares CAD (Desenho Assistido por Computador), cálculo de momentos aplicado, e o estudo do sensoriamento por células de carga.

A execução do projeto constituído por diversas etapas, primeiramente foi construído um “mock-up”, que é um modelo feito utilizando a madeira reciclada e algumas peças metálicas, mas de baixo custo para que o projeto pudesse ser alterado e remodelado de acordo com os problemas que fossem surgindo a partir da montagem e da dinâmica de funcionamento, aprovando o projeto para a próxima etapa, na qual foi desenhar utilizando o software Solidworks™, que possibilita o teste de resistência de acordo com a liga de alumínio que poderia ser utilizada para usinagem de todas as peças que constituem a balança.
O Solidworks™ também permitiu a verificação de interferências, e posteriores mudanças também para que se retirasse forças passivas (atrito) em algumas partes móveis, aumentando assim a precisão do equipamento. Após cada peça ser otimizada, efetuou-se a remontagem do conjunto no software Solidworks™ simulando uma montagem real, analisando cada passo que deveria ser seguido para uma montagem correta. 

 
As últimas etapas do processo envolvem automação e eletrônica com base em placas controladoras programáveis como o Arduino™. Utilizou-se também alguns softwares para auxiliar nestas etapas que serão citados neste registro. Finalizando o projeto, programou-se em linguagem computacional C++ na plataforma Arduino™, e iniciou-se a interação entre computador e o equipamento, de modo a concluir a montagem e configuração para ser instalado no túnel de vento.

[1] Professor/Coordenador da Engenharia Mecânica na Universidade FUMEC, luizd@fumec.br.
[2] Estudante de Graduação 6º Período Engenharia Aeronáutica na Universidade FUMEC, leoboasorte@fumec.edu.br.
[3] Estudante de Graduação 6º Período Engenharia Aeronáutica na Universidade FUMEC, marco.gabaldo.eng@gmail.com

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1.        ANDERSON, J.; D., Jr. Fundamentals of Aerodynamics . 5ª ed.McGraw-Hill, 2001.
2.        DOEBELIN, E. O. Measurement Systems – Application and Design (Cap. 3) McGraw-Hill International Editions, 4th Edition, 1990.
3.        BEER, F.P. e JOHNSTON, E. R.  Jr, Resistência dos Materiais, Terceira Edição, MAKRON Books, São Paulo, 1996.
4.        PASTORE, P. L. Desenvolvimento de uma balança tipo ferrão, para medições de forças e momentos aerodinâmicos. Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo, 154 p. 1995 - BCUSP n. P239 (Dissertação de Mestrado)
5.        PIETERSE, Frederik F., Design and Development of a three component strain gauge wind tunnel balance, Magister Philosophae in Mechanical Engineering, Faculty of Engineering, Rand Afrikaans University, November 2002.



quinta-feira, 8 de setembro de 2016

2ª Turma de Modelos e Maquetes


FOTOS DA CONFECÇÃO DAS MAQUETES TIRADAS DURANTE AS AULAS


1ºSem./2016


LET-410 WALTER M601
F-14
ME-262
MOTOR V6
F4U CORSAIR
SUPERMARINE SPITFIRE MK1
WATERMAN GOSLING RACER

KC-390





PIPER J-3 CUB
FOKKER III
BOEING 747
SUPER TUCANO
DODGE CHARGER 69















sexta-feira, 15 de abril de 2016

Exposição de Modelos e Maquetes de Aviões


Estas são algumas fotos tiradas na exposição de modelos e maquetes de aviões realizada no início do semestre


Montagem de Alguns Modelos  


 Jonatan e seu AirBus 320

Professor Luiz Dutra auxiliando os alunos





                        







                                                 


Exposição
 

      Modelo FAIRSHILD



                                                 
Modelo GRUMMAN F11


Modelo IPANEMA




                                                  
       Modelo AIRBUS A320

 
                        
       Modelo PANTHERA AIRCRAFT

 

Algumas fotos dos alunos da Engenharia Aeronáutica 
que realizaram a montagem